ENDOSCOPIA DIGESTIVA DIAGNÓSTICA

A endoscopia digestiva alta é um exame que permite avaliar todo o tubo digestivo alto (esôfago, estômago e duodeno). É um método bastante preciso, que avalia todos os tipos de lesão por visão direta com auxílio de uma microcâmera, uma lente de aumento e uma iluminação especial. Embora na grande maioriadas vezes as endoscopias sejam procedimentos bastante simples, ocasionalmente são identificadas lesões, sendo necessárias intervenções terapêuticas (endoscopia terapêutica), como retirada de pólipos (polipectomias), ligadura elástica de varizes, dilatação de estenoses, etc.

Como é feito:

O exame deve ser sempre confortável. Para tal, será utilizada sedação venosa, aplicada de forma fracionada em quantidade individualizada para cada paciente, associada a spray oral de lidocaína, que impede o reflexo de vômito. Não é necessário que o paciente durma durante o procedimento, mas a sensação de conforto deve ser plena. Excepcionalmente, alguns exames de endoscopia podem precisar de sedação profunda (crianças, pacientes com reação paradoxal aos sedativos, casos graves, etc.).

Devido a solicitação dos órgãos regulatórios (CRM, ANVISA e Vigilância Sanitária) e de forma a agregar maior segurança a estes procedimentos especiais, a sedação feita durante o exame vem sendo administrada por um médico anestesista. Quando isso ocorre, há necessidade que o pagamento do anestesista seja feito após o exame, para posteriormente ser reivindicado o reembolso ao seu plano de saúde. Esse reembolso varia de acordo com o plano e pode não ser integral. Após ser informado do valor, verifique com o seu plano qual valor será reembolsado. Tanto o valor cobrao como seu reembolso podem variar de acordo com o procedimento realizado, o tipo de dplano, o local onde foi feito o exame e até mesmo a interpretação do auditor do convênio.

Se houver dúvidas, fale diretamente conosco.

Indicações:

Dor abdominal, queimação, azia, náuseas e/ou vômitos, gases, plenitude pós-prandial (sensação de “estômago cheio”, má digestão), diarreia crônica, emagrecimento, anemia, dificuldade de deglutição (entalos).

A colonoscopia visa examinar todo o intestino grosso (cólon, sigmoide e o reto) e, sempre que possível, a parte final do intestino delgado (íleo terminal). É um método bastante preciso que avalia todos os tipos de lesão com auxílio de uma microcâmera, uma lente de aumento e uma iluminação especial. Quando identificadas lesões, a colonoscopia permite, na maioria das vezes, seu tratamento (como retirada de pólipos ou hemostasia de angioectasias) ou, se for o caso, coleta de material para estudo histopatológico (biópsias). Excepcionalmente, a progressão completa do aparelho pode ser impedida por alterações anatômicas, estreitamentos, aderências ou mesmo preparo intestinal inadequado.

Como é feito:

Como o exame é muito preciso e tem por objetivo identificar lesões de até poucos milímetros, há necessidade de um preparo adequado do intestino, fazendo com que este esteja completamente sem resíduos. Para que o preparo do intestino seja confortável, devem ser seguidas TODAS as orientações anexas.

Após o preparo, o exame é feito sob sedação administrada por médico anestesista. O paciente dorme e não sente absolutamente nada durante o procedimento.

O exame é realizado dentro das unidades da Endocol, adequadamente equipadas para esta finalidade. O local onde será feito o exame, bem como seu preparo, serão informados ao paciente no momento da marcação do exame e levará em conta a orientação do médico assistente, aspectos clínicos e o conforto do paciente.

Indicações: 

Rastreio de câncer colorretal, diarreia crônica, sangue nas fezes, muco ou pus nas fezes, emagrecimento sem causa aparente, dor abdominal de causa desconhecida, anemia.

A retossigmoidoscopia flexível visa examinar o reto e o sigmoide, que são os dois últimos segmentos do intestino grosso. É um método bastante preciso, que avalia todos os tipos de lesão por visão direta com auxílio de uma microcâmera (ou fibra ótica), uma lente de aumento e uma iluminação especial.

Quando identificadas lesões, a retossigmoidoscopia flexível permite, na maioria das vezes, seu tratamento (como retirada de pólipos ou esclerose de angioectasias) ou, se for o caso, coleta de material para estudo (biópsias).

Como é feito:

Costuma ser indolor, podendo ser feito sem sedação. Como o exame é muito preciso e tem por objetivo identificar lesões de até poucos milímetros, há necessidade de um preparo adequado do intestino, fazendo com que o mesmo esteja sem resíduos no segmento que será examinado.

Indicações:

Sangramento anal, dor em região perianal.

ENDOSCOPIA DIGESTIVA TERAPÊUTICA

A estenose é a obstrução (fechamento) da região interna de qualquer órgão oco, como o esôfago, por exemplo. Pode ocorrer devido à formação de um processo de cicatrização ou em decorrência de tumor benigno ou maligno (câncer), um trauma na região ou causas congênitas. A dilatação é a técnica utilizada para esticar uma parte bloqueada ou estreitada do órgão. É geralmente uma forma simples de tratamento, porém se não for bem-sucedida, uma cirurgia pode ser necessária. Em casos selecionados, pode evitar cirurgias de urgência e até por tempo prolongado.

Como é feita

Passa-se o balão pelo canal do aparelho através da estenose e depois o mesmo é insuflado.

Indicações

Neoplasia do esôfago, esofagite cáustica, esofagite de refluxo, acalasia, estenoses pilóricas malignas ou benignas, estenoses de anastomose cirúrgicas, estenoses associadas com Doença de Crohn, pós-diverticulite, enterite e colite.

A dilatação do esôfago é a técnica utilizada para esticar uma parte bloqueada ou estreitada do esôfago. Este procedimento é usado quando uma parte do esôfago tornou-se tão estreita que se torna difícil, ou mesmo impossível e doloroso para engolir. Essa forma de dilatação utiliza velas ou ogivas, que são sondas de calibre progressivamente mais grossos, de silicone e semirrígidas, que tornam a passagem dos alimentos e líquidos para dentro do estômago mais fácil. É geralmente uma forma simples de tratamento, porém, se não for bem-sucedida uma cirurgia pode ser necessária. A cirurgia é uma forma muito mais extensa de tratamento, com um tempo de recuperação mais longo.

Como é feito

Estenose do esôfago é geralmente um problema mecânico, que pode ser tratada com a dilatação da região estenosada (estreitada). Isto pode ser feito através de dilatadores flexíveis ou balões dilatadores.

Os dilatadores flexíveis são uma série de sondas graduadas (espessura crescente) chamadas de sondas termoplásticas. Essas sondas são tubos que passam através do esôfago para o estômago. Os tubos utilizados tornam-se progressivamente maiores, até que o tamanho desejado seja atingido.

A dilatação do esôfago também pode ser feita utilizando balões durante a endoscopia. Um balão é introduzido pelo canal do aparelho até a zona de estreitamento. Ele é então insuflado com água até certa pressão, que é pré-ajustada para uma dada circunferência. Quando insuflado faz com que a estenose se abra.

Indicações

Dificuldade para deglutir, o alimento parece ficar preso na região do peito causando desconforto ou dor.

É um procedimento endoscópico que visa ampliar o lúmen esofágico para obter uma melhor passagem de alimentos e líquidos.

Como é feito

São feitas várias sessões de dilatação com um balão posicionado no esfíncter esofágico inferior (cárdia), o que diminui o tônus muscular da região, auxiliando a passagem do alimento para o estômago.

Indicações

Acalasia, dificuldade para deglutir, dificuldade de esvaziamento do esôfago, regurgitação, vômitos, azia, dor epigástrica, desconforto abaixo do esterno.

As varizes são veias inchadas nas paredes dos órgãos do sistema digestório que apresentam pressão interna maior do que o normal. O aumento dessa pressão pode romper as veias resultando em sangramento súbito e grave. Embora na grande maioria das vezes as endoscopias sejam procedimentos bastante simples, em casos especiais, são necessárias intervenções terapêuticas, como a ligadura elástica de varizes de esôfago, tendo como objetivo a prevenção e/ou tratamento de sangramento digestivo. Nesses casos, é solicitado um material específico (kit de ligadura múltipla), composto por um tambor com vários elásticos que é acoplado na extremidade distal do endoscópio, ligado a um disparador através de um cabo, conectado na extremidade proximal do aparelho. Após o cordão varicoso ser aspirado para dentro deste tambor, dispara-se um elástico que estrangula a variz, interrompendo seu fluxo e levando a trombose do vaso. Após 7 a 10 dias esta área necrosada se desprende da parede (queda da escara). Embora habitualmente sejam ligadas todas as varizes na primeira sessão, o fluxo destes vasos pode permanecer através de colaterais ou haver recanalização. Desta forma, normalmente são necessárias de 3 a 5 sessões de ligadura elástica com intervalos de 3 a 5 semanas até a erradicação completa das varizes.

Como é feito

O exame deve ser sempre confortável. Para tal, será utilizada sedação venosa profunda, aplicada de forma fracionada em quantidade individualizada para cada paciente, associada a spray oral de lidocaína, que impede o reflexo de vômito.

Indicações

Pacientes cirróticos com varizes de esôfago, pacientes com sangramento digestivo por varizes de esôfago.

Atualmente, a esclerose de varizes, vem sendo substituída progressivamente pela ligadura elástica de varizes, por ser esse um método com menor número de complicações. A esclerose de varizes é um método utilizado em casos especiais, como por exemplo, em pacientes cujo uso da ligadura elástica após várias sessões levou a fibrose das paredes do esôfago ou em pequenas varizes residuais, que podem ser difíceis de serem ligadas. Nesses casos a esclerose pode ser um bom método complementar.

Como é feito

Injeção de esclerosantes através de longo cateter com agulha na ponta.

Indicações

Cirrose hepática, esquistossomose, sangramentos digestivos.

A polipectomia é a remoção completa de um pólipo permitindo assim o diagnóstico exato e muitas vezes a cura do próprio problema. Existem várias técnicas para a realização do procedimento que dependem do tamanho e do tipo de pólipo a ser ressecado. Uma polipectomia endoscópica é um procedimento cirúrgico, minimamente invasivo, realizado através de um endoscópio, que permite remover a quase totalidade dos pólipos, sem necessidade de uma intervenção cirúrgica por laparotomia (abertura do abdômen). Porém, nem todos os pólipos são susceptíveis de remoção por via endoscópica. Existem alguns, que pelo seu tamanho ou localização, não se adaptam a essa técnica.

Como é feito

Pequenos pólipos podem ser removidos com segurança usando-se apenas uma pinça (polipectomia com pinça). Pólipos maiores necessitam ser removidos com alça e corrente de cauterização. Esse procedimento permite cortar a base do pólipo e ao mesmo tempo coagular o local para evitar sangramentos (polipectomia com alça diatérmica).

Indicações

De uma maneira geral, as comunidades médica e científica concordam que se devem remover todos os pólipos detectados maiores que 8,0mm. Pólipos menores podem ser acompanhados.

A polipectomia é um ato crucial preventivo de câncer do cólon. Sabe-se hoje que as lesões polipoides podem ser precursoras de neoplasias, isto é, podem desenvolver-se e terem degenerações malignas. Todos os pólipos devem, por conseguinte, ser removidos ao serem identificados na videocolonoscopia, independentemente do tamanho da lesão ou do seu aspecto macroscópico. A estratégia atual dos programas de prevenção de câncer do cólon assenta, essencialmente, na detecção precoce e remoção de todos os pólipos, de modo que a progressão das alterações seja impedida.

Como é feita

A colonoscopia é o exame ideal para este procedimento, pois permite não só a visualização dos pólipos, como também a sua retirada.

Indicações

De uma maneira geral, as comunidades médica e científica concordam que se devem remover todos os pólipos detectados.

A ingestão de corpos estranhos é responsável por cerca de 1500 mortes/ano. É mais comum na infância entre seis meses e seis anos de idade e em 98% dos casos ocorre de forma acidental. Nos adultos geralmente é secundário à ingestão alimentar (osso, espinhas, bolo alimentar). A maioria dos casos de ingestão de corpos estranhos, se resolve de modo expectante (80%), cerca de 10 a 20% necessitam de retirada endoscópica, e uma minoria, de retirada cirúrgica.

Como é feito

É utilizado o aparelho de endoscopia para visualização do corpo estranho e sua posterior retirada.

Indicações

As queixas mais comuns são dificuldade de deglutir, deglutição com dor, salivação e dor torácica.

É um procedimento no qual uma sonda flexível de alimentação é passada ao estômago através da parede do abdome. A gastrostomia permite que nutrição, fluidos e medicamentos sejam colocados diretamente no estômago, sem passar pela boca e esôfago.

Como é feito

É criada uma pequena abertura através da pele do abdome superior para o interior do estômago com o auxílio da endoscopia. Através desta abertura, a sonda é inserida e fixada. O procedimento é habitualmente realizado sob sedação e anestesia local, sob cobertura antibiótica para minimizar riscos de infecção. O paciente pode ir para casa no dia do procedimento ou no dia seguinte. A alimentação normalmente pode ser iniciada poucas horas após o procedimento.

Indicações

Pacientes que apresentam dificuldade para engolir, infecções respiratórias frequentes por aspiração ou incapacidade de se nutrir adequadamente pela boca podem ter indicação de instalação de uma gastrostomia, especialmente se é previsto que tais problemas não se resolverão em curto prazo.

Cada vez mais a endoscopia auxilia em procedimentos que visam manter o paciente nutrido em diversas situações, seja passando uma sonda nasoentérica ou executando cirurgias endoscópicas para o posicionamento de gastrostomias e jejunostomias. A manutenção da nutrição é fundamental. Se a nutrição é realizada por via entérica (pelo intestino) mantém-se o sistema digestivo ativo e evita-se a nutrição parenteral (pela veia), que é acompanhada de maiores riscos e de manuseio complexo tanto intra-hospitalar quanto na residência.

Como é feito

A sonda nasoentérica é um fino tubo de material macio que é passado por uma das narinas até atingir as primeiras porções do intestino delgado. Sua função é levar o alimento até o duodeno em pacientes que tenham dificuldade ou impossibilidade de ingestão. A passagem da SNE por endoscopia é um procedimento com baixos índices de complicações, porém pode ocorrer sangramento pela narina, dor abdominal, náuseas ou vômitos.

Indicações

Pacientes que não podem ou não conseguem ingerir a alimentação suficiente ou que a alimentação comum produz desconforto, dor ou piora uma doença (Doença de Crohn, colite ulcerativa, câncer avançado, pancreatite, quimioterapia, radioterapia). Pacientes com disfunções do trato gastrointestinal (síndrome de má absorção, fístulas, síndrome do intestino curto).

Consiste no tratamento endoscópico da hemorragia digestiva, controlando e parando o sangramento. Hemorragias digestiva alta (sangramento do esôfago, estômago ou duodeno) e baixa (sangramento do intestino grosso ou reto) são consideradas emergências médicas, sendo relativamente frequentes. A gravidade varia de episódios discretos até sangramentos volumosos que ameaçam a vida.

Como é feita

Várias modalidades de tratamento endoscópico são disponíveis, no qual o médico irá indicar o tratamento adequado para cada tipo de sangramento. Alguns exemplos de métodos de hemostasia endoscópica são a injeção de substâncias esclerosantes no local de sangramento; ligadura elástica do vaso sangrante; aplicação de meios térmicos como cateter de Argônio, monopolar e bipolar, para cauterizar o local de sangramento. Esses métodos mostram-se altamente eficientes no controle hemostático (parada do sangramento) nas hemorragias digestiva alta e baixa, tornando a endoscopia digestiva alta e a colonoscopia exames de fundamental importância na vigência de sangramento digestivo.

Indicações

Dor no estômago tipo cólica, vômito com sangue ou coágulos de sangue, fezes escuras muito malcheirosas, anemia, sangue nas fezes.